Uma pessoa que conheci pela internet, durante a quarentena, me perguntou como estava me sentindo com esse novo modo de viver. É difícil achar uma única forma de responder essa pergunta, ou um só sentimento exato que descreva meu estado.
Direi então como eu estava antes da quarentena. Uma mulher entrando na fase adulta quer encontrar seu lugar nesse mundo louco, vai conquistando sua independência. Assim estava eu, aprendendo a ser adulta. As coisas já pareciam complicadas, mas não imaginava o quanto elas podiam piorar.
Quando a quarentena foi decretada, ao mesmo tempo que me desesperava por esse processo interrompido, tentava manter o mínimo de controle que alguém com ansiedade já não tem, na esperança de não estar louca ou morta no dia em que isso acabar, e a Terra voltar a rodar. Parece que eu deixei minha vida do lado de fora, e entrei em casa, aguardando o momento em que seja seguro trazê-la para perto de novo.
Sinto falta dos meus avós. Para quem não sabe, eu já havia perdido minha avó há uns anos e durante esse período perdi o meu avô também. Me sinto sozinha. Em todos os sentidos. O tempo nem parece mais ser o mesmo que aprendi a decifrar na escola, anos atrás...
Tudo é igual e longo. Quanto mais perto do fim a gente acha que chega, percebe que mais longe ele está. Já cheguei a duvidar que essa situação não fosse terminar em Apocalipse. Mas tem que continuar acreditando que uma hora vai passar. Sonhar com um dia abençoado em que todos vamos livremente nos reencontrar e comemorar a nossa sobrevivência. Aquilo que por enquanto não passa de um sonho.
Preciso dizer, é estranho ficar em casa quando cada parede relembra o problema. E mesmo saindo, não resolve. É uma agonia maior do que a de simplesmente não sair do mesmo lugar. Parece um looping infinito infeliz.
Fiz todo esse texto, só para fingir que sei explicar alguma coisa nesse caos. Algo mais literário e subjetivo talvez explicasse melhor, embora também pudesse ser um dever cumprido nos dias de semana por alunos de Literatura.
Sei lá... Tudo bem. Vou indo... E você?
Direi então como eu estava antes da quarentena. Uma mulher entrando na fase adulta quer encontrar seu lugar nesse mundo louco, vai conquistando sua independência. Assim estava eu, aprendendo a ser adulta. As coisas já pareciam complicadas, mas não imaginava o quanto elas podiam piorar.
Quando a quarentena foi decretada, ao mesmo tempo que me desesperava por esse processo interrompido, tentava manter o mínimo de controle que alguém com ansiedade já não tem, na esperança de não estar louca ou morta no dia em que isso acabar, e a Terra voltar a rodar. Parece que eu deixei minha vida do lado de fora, e entrei em casa, aguardando o momento em que seja seguro trazê-la para perto de novo.
Sinto falta dos meus avós. Para quem não sabe, eu já havia perdido minha avó há uns anos e durante esse período perdi o meu avô também. Me sinto sozinha. Em todos os sentidos. O tempo nem parece mais ser o mesmo que aprendi a decifrar na escola, anos atrás...
Tudo é igual e longo. Quanto mais perto do fim a gente acha que chega, percebe que mais longe ele está. Já cheguei a duvidar que essa situação não fosse terminar em Apocalipse. Mas tem que continuar acreditando que uma hora vai passar. Sonhar com um dia abençoado em que todos vamos livremente nos reencontrar e comemorar a nossa sobrevivência. Aquilo que por enquanto não passa de um sonho.
Preciso dizer, é estranho ficar em casa quando cada parede relembra o problema. E mesmo saindo, não resolve. É uma agonia maior do que a de simplesmente não sair do mesmo lugar. Parece um looping infinito infeliz.
Fiz todo esse texto, só para fingir que sei explicar alguma coisa nesse caos. Algo mais literário e subjetivo talvez explicasse melhor, embora também pudesse ser um dever cumprido nos dias de semana por alunos de Literatura.
Sei lá... Tudo bem. Vou indo... E você?